Doenças que podem surgir com a baixa das águas no Rio Grande do Sul


Após as enchentes, a população deve estar atenta aos riscos de leptospirose, hepatite A, dengue e doenças gastrointestinais

Com a recente situação das enchentes no Rio Grande do Sul, as águas estão começando a baixar. Mesmo com a necessidade de maior escoamento da água, algumas regiões conseguem retomar algumas atividades. Com isso, surge uma nova preocupação: as doenças emergentes que podem surgir.

As enchentes trazem uma série de desafios à saúde pública, pois a água contaminada e as condições insalubres podem propiciar o surgimento e a disseminação de diversas doenças. É importante que a população esteja informada sobre os riscos e as medidas de prevenção e tratamento dessas enfermidades.

Entre as doenças mais comuns que podem surgir após enchentes, destaca-se a leptospirose. Causada pela bactéria Leptospira, essa doença é transmitida pela urina de animais infectados, especialmente roedores, que contaminam a água e o solo. A professora Sandra Mara Fernandes Bonilha, mestra em Saúde Coletiva e docente de enfermagem do Idomed FAPAN, explica que “a leptospirose pode provocar sintomas como febre alta, dor muscular, dor de cabeça e, em casos graves, insuficiência renal e hemorragias”. O tratamento, segundo a docente, envolve o uso de antibióticos e a busca imediata por atendimento médico ao apresentar sintomas.

Outra doença preocupante é a hepatite A, que é transmitida pela ingestão de água ou alimentos contaminados pelo vírus. A hepatite A pode causar sintomas como febre, fadiga, dor abdominal, náuseas e icterícia (pele e olhos amarelados). Sandra ressalta que “a prevenção passa por medidas básicas de higiene, como lavar bem as mãos e os alimentos, além de garantir o consumo de água potável. O tratamento é de suporte, com repouso, hidratação e alimentação adequada”.

A dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, também é uma ameaça após enchentes devido ao acúmulo de água parada, que serve de criadouro para o vetor. “Os sintomas da dengue incluem febre alta, dores no corpo e nas articulações, dor de cabeça e atrás dos olhos, além de manchas vermelhas na pele. É fundamental eliminar qualquer recipiente que possa acumular água e utilizar repelentes para prevenir a picada do mosquito”, complementa a enfermeira. O tratamento é sintomático, com hidratação e controle da febre e das dores.

Além dessas, doenças gastrointestinais como diarréia, causadas por bactérias, vírus e parasitas presentes na água contaminada, são frequentes. “É essencial que a população consuma apenas água tratada ou fervida e mantenha boas práticas de higiene pessoal e alimentar. O tratamento envolve a reposição de líquidos e eletrólitos perdidos, além de, em alguns casos, o uso de medicamentos prescritos por um médico”, conta Sandra.

Com as águas abaixando, a prevenção é a principal aliada para evitar um surto de doenças. “As autoridades de saúde devem intensificar as campanhas de conscientização e a distribuição de insumos básicos, como água potável e kits de higiene. A população, por sua vez, deve seguir as orientações sanitárias e procurar atendimento médico ao primeiro sinal de sintomas”, orienta a docente do Idomed.

Para a enfermeira, a conscientização sobre as doenças emergentes após as enchentes e as medidas de prevenção e tratamento são fundamentais para proteger a saúde pública no Rio Grande do Sul. “A colaboração entre as autoridades, os profissionais de saúde e a comunidade é essencial para minimizar os impactos das enchentes na saúde da população”, finaliza.

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